A remuneração dos sócios de uma empresa é um tema que costuma gerar dúvidas — principalmente entre os empreendedores do Simples Nacional. Dois termos se destacam nesse contexto: pró-labore e distribuição de lucros.
Embora ambos representem formas de retirada de recursos da empresa, eles possuem naturezas jurídicas e fiscais diferentes — e é essencial entender essas diferenças para evitar problemas com o Fisco e aproveitar os benefícios legais corretamente.
Neste artigo, vamos explicar de forma clara e direta o que é cada um desses conceitos, como eles funcionam na prática e como realizar essas retiradas de forma correta e vantajosa.
💼 Pró-labore: entenda o conceito e as regras principais
O pró-labore é a remuneração obrigatória dos sócios que exercem funções administrativas ou operacionais na empresa. Ou seja, se o sócio trabalha na gestão do negócio, ele deve receber um valor fixo mensal — assim como um salário.
Essa remuneração deve ser registrada na contabilidade, e sobre ela incidem os seguintes encargos:
- INSS (Previdência Social): alíquota de 11% para o sócio e 20% para a empresa (ou 15% no caso de optantes pelo Simples Nacional com atividades específicas);
- IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte): se o valor do pró-labore ultrapassar o limite de isenção da tabela do IR.
O pagamento do pró-labore deve ser feito mensalmente, com o devido recolhimento das guias, como a GPS e a DCTFWeb.
📊 Distribuição de lucros: como funciona e quando aplicar
A distribuição de lucros é a divisão dos resultados positivos da empresa entre os sócios, de acordo com a participação societária definida no contrato social.
Essa retirada só pode ser feita com base em demonstrações contábeis, como o balanço e o DRE, e não sofre incidência de impostos, desde que a escrituração esteja regular e as obrigações acessórias em dia.
Por isso, é fundamental manter a contabilidade atualizada e organizada — só assim a empresa garante a isenção fiscal sobre os lucros distribuídos.
⚖️ Diferença entre pró-labore e distribuição de lucros na prática
Para facilitar a compreensão, veja abaixo uma tabela comparativa que resume as principais distinções entre essas duas formas de retirada:
Característica | Pró-labore | Distribuição de Lucros |
Finalidade | Remuneração pelo trabalho | Participação no lucro do negócio |
Obrigatoriedade | Sim, se o sócio atuar na empresa | Não obrigatória |
Incidência de INSS | Sim | Não (se feita com contabilidade regular) |
Incidência de IR | Sim (acima da faixa de isenção) | Não (na maioria dos casos) |
Requisitos | Registro contábil e pagamento de tributos | Escrituração contábil e lucros apurados |
Periodicidade | Mensal | Livre (mensal, trimestral, anual) |
Além da diferença de natureza, o impacto fiscal é bastante significativo — e usar isso de forma estratégica pode ajudar a empresa a reduzir encargos e manter a regularidade.
🚫 Os erros mais comuns nas retiradas
Apesar das regras claras, muitos empresários cometem falhas na prática. Veja os principais erros que devem ser evitados:
- Não definir pró-labore: comum entre sócios que trabalham no negócio mas fazem retiradas informais;
- Retirar tudo como pró-labore: aumenta a carga tributária desnecessariamente;
- Distribuir lucros sem apuração contábil: isso pode invalidar a isenção fiscal;
- Misturar as contas pessoais e da empresa: prática arriscada que compromete o controle financeiro;
- Falta de escrituração contábil mínima: mesmo no Simples, ela é fundamental para justificar as distribuições.
Evitar esses problemas é possível com orientação técnica e organização financeira.
📚 Pró-labore e distribuição de lucros no planejamento tributário
Mais do que simples retiradas, pró-labore e distribuição de lucros são ferramentas importantes no planejamento tributário.
Quando bem utilizadas, elas ajudam a equilibrar a remuneração dos sócios e a reduzir a carga de impostos — respeitando as normas da Receita.
Dicas práticas:
- Combine um pró-labore compatível com as atividades exercidas;
- Calcule o lucro líquido da empresa com base em relatórios atualizados;
- Use o contrato social para estabelecer regras claras de divisão;
- Monitore mensalmente os resultados financeiros para identificar oportunidades de distribuição.
A combinação correta dessas estratégias fortalece a saúde financeira da empresa e garante tranquilidade ao sócio.
🧠 Como sua contabilidade pode ajudar com pró-labore e lucros
Um dos maiores desafios dos empreendedores é entender quanto retirar como pró-labore e quanto reservar para a distribuição de lucros. Não existe uma fórmula única, mas há boas práticas que ajudam a definir os valores ideais.
O pró-labore deve refletir a função exercida pelo sócio na empresa. Se ele atua como administrador, gerente, financeiro ou comercial, o valor precisa ser compatível com o mercado e com a realidade do negócio.
Já a distribuição de lucros deve se basear exclusivamente no resultado positivo da empresa, devidamente apurado e documentado pela contabilidade. Distribuir lucros sem lucro é ilegal e gera problemas com o Fisco.
Algumas orientações úteis:
- Estabeleça um valor fixo mensal para o pró-labore no contrato social ou em ata;
- Calcule o lucro líquido da empresa com base em relatórios atualizados;
- Evite exageros no pró-labore que comprometam o caixa ou gerem impostos altos;
- Use ferramentas de controle financeiro para acompanhar a rentabilidade real do negócio.
Com apoio contábil, essa decisão se torna mais clara e estratégica — contribuindo para a saúde financeira da empresa e a segurança jurídica dos sócios.
✅ Conclusão: retire corretamente e evite problemas com o Fisco
Entender a diferença entre pró-labore e distribuição de lucros é essencial para garantir a legalidade das retiradas, evitar multas e pagar menos impostos.
Se sua empresa ainda tem dúvidas sobre como fazer essas retiradas da forma certa, a Contak está pronta para ajudar com a contabilidade estratégica que o seu negócio precisa.
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